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Região de Canoas tem reformas após anúncio da construção do ParkShopping
13/09/2017

Um ponto da Região Metropolitana parece imune à crise que afeta o país e vive uma revolução urbana em ritmo acelerado.

Onde apenas cinco anos atrás havia mata fechada, terrenos vazios e estradas estreitas pelas quais circulavam poucos carros, hoje crescem prédios e centros comerciais, abrem-se lojas, restaurantes e um novo shopping center. A súbita transformação, que elevou o valor de antigos imóveis a cifras milionárias, estimula o surgimento de um novo polo comercial e gastronômico na Grande Porto Alegre e consolida Canoas como um núcleo de desenvolvimento da região hoje.

Nas imediações do bairro Marechal Rondon, na região central, a impressão é de que o calendário parou nos bons tempos do boom econômico brasileiro. Enquanto operários fazem os últimos ajustes antes da inauguração de um shopping center com 120 mil metros quadrados, a menos de um quilômetro dali guindastes terminam de modelar as torres de um condomínio residencial. A outro quilômetro de distância, foram recém entregues um condomínio e um centro comercial — e, diante deles, placas já avisam que em breve se erguerá outro conjunto de lojas.

— Quase tudo aqui era mato. Quatro, cinco anos atrás não existia tudo isso que se vê hoje — surpreende-se o morador de Canoas Marcelo Klaic, 30 anos.

O bolsão de desenvolvimento tomou impulso com o anúncio da construção do ParkShopping Canoas, a ser inaugurado em novembro, e ganhou vida própria com o lançamento de empreendimentos imobiliários e a consequente corrida de lojistas e comerciantes em busca de um bom ponto de negócio para atender à futura demanda. A proximidade com o Parque Getúlio Vargas, que foi ampliado como uma das compensações exigidas do novo empreendimento, aumentou a atratividade das imediações.

A localização da área amplifica ainda mais o fenômeno de valorização: um antigo vazio urbano próximo à BR-116 e em um centro geográfico que congrega, a seu redor, 2,5 milhões de moradores da Grande Porto Alegre e do Vale do Sinos. Os acessos locais foram ampliados e duplicados, em outra medida compensatória requisitada ao grupo Multiplan, responsável pelo shopping. Ao todo, o empreendimento representa um investimento de mais de R$ 400 milhões.

— Estamos caminhando na contramão da crise. Tivemos uma valorização comercial impactante nesse entorno. Foram erguidos mais de uma dezena de prédios e condomínios — sustenta o secretário de Desenvolvimento Econômico de Canoas, Felipe Martini.

Atualmente, há pelo menos 17 torres residenciais em construção próximo ao eixo da Avenida Farroupilha — que foi expandida e ampliada como uma avenida de três faixas em cada uma de suas duas pistas, separadas por uma ciclovia e palmeiras.

Um dos possíveis impactos negativos do crescimento em larga escala é sobre a mobilidade urbana no município de 343 mil habitantes. Mas, para a arquiteta e urbanista Maria da Graça Dutra Ilgenfritz, professora da Ulbra, a adequação realizada nas vias próximas reduz o risco de um nó viário.

— Foram feitas medidas compensatórias, porque a tendência é de que a região cresça mais. Há terrenos vazios ainda, com potencial — observa Maria da Graça.

Há queixas em relação ao transporte público na região, como pontos em que ônibus passam só até as 20h. A prefeitura informa que estão sendo realizados estudos técnicos para reforçar as rotas no surpreendente polo de crescimento da Grande Porto Alegre.

 

FONTE: Jornal do Comércio